Todos perdem o Caminho um dia. Como não perderiam sendo Viajantes? Não é no Sempre que a Viagem é perfeita... "What you seek, is seeking you...", eu ouvi certa vez de um Grande Poeta. E o que Você está buscando que Hoje acende e explode seus Olhos? Onde Você aceita o Infinito? E se para isso relacionamentos se quebrarem? Rostos se tornarem amargos? Humilhação? Até onde seu brilho vai seguir a sua Luz? Todos perdem o Caminho um dia... Se não perdessem, como saberiam Dele? Dizem que o peixe não sabe que está na Água, como o Homem não vê o Caminho. Mas retire o peixe da Água, e seu instinto mais lúcido e primitivo o fará se debater até que a Água seja conquistada novamente, e aí ela terá um novo sabor, e uma nova compreensão, a Água será totalmente diversa do que no Sempre tinha sido. Algo mudou. Diz-se que um Buscador foi até um Sábio e perguntou: "Como conquisto Sabedoria?", e o Sábio perguntou: "Quanto Você A quer?", e o Buscador não hesitou: "Mais que Tudo!", e o Sábio que estava perto de um Lago, chamou o Buscador com um gesto, e este ao chegar perto teve a cabeça imersa no Lago, começou a se debater para voltar a respirar, porém o Sábio era forte e o segurou por mais um tempo. Quando soltou a cabeça e o Buscador estava esbaforido retomando o fôlego, disse: "Você quer a Sabedoria como quis Ar embaixo da Água? No dia que quiser tanto a Sabedoria quanto quis Ar, não precisará de ninguém, nem de mim. E será que está disposto a enfrentar o Inferno por isso? Você perderia relacionamentos nesta Busca? Quanto de dor e sofrimento está disposto a suportar até a sua Libertação Final? E a Família? Você tem Família? E se for preciso perder Tudo que julga Hoje valorizar para ganhar algo que apenas poucos Homens alcançaram? E os sonhos de casa, conforto, estabilidade? E até o Sonho de conquistar Sabedoria? E se for necessário perder TUDO? E se até o Ar que buscou agora pouco em sua agonia for pouco diante de Tudo que quer abraçar? Você sabe o preço do Desconhecido? E do Infinito? Quando souber entenderá porque poucos na Humanidade chegaram até o Fim e Libertação Completa... Estará disposto a enfrentar a Morte frente à frente e sorrir para ela? E o que os Homens julgam Amor? A dor de perder um Amor maternal, por exemplo? Ou ver toda a Compaixão expressa no olhar de um cachorro perdido? E a Morte de um filho? Quanto de tudo isso suportaria pela sua Busca? Ou ser considerado louco e ser preso por isso? Ou ser ridicularizado frente ao Mundo, ser considerado Pária, achar que não merece Amor, descobrir com mais dor ainda que todos os relacionamentos que teve até hoje foram apenas algo para o seu desentendimento e confusão, e quase perda e fuga da Verdadeira Busca? Mesmo aqueles rostos lindos foram na Verdade "demônios" para o extraviar do Caminho? Isso dói amargamente... Está disposto? Será que está realmente disposto? Se não estiver, nada posso fazer por você, saiba disso..."
Depois de todas as perdas, algo essencial muda. Há um adágio Zen que assim diz: "Antes da Iluminação eu pegava Água no poço e cortava lenha, depois Dela eu pego Água no poço e corto lenha...". Quase todos buscam nos relacionamentos, casas maiores, novos status sociais, sem perceberem a grandiosidade da Jóia Invisível, e quando se aproximam de um Cristo, de um Buda, correm o mais rápido possível, porque toda a estrutura mental criada tende a colapsar, Tudo perde sentido, e é assustador perceber que um carro novo, um novo namorado, um apartamento mobiliado não significa nada para esse Sábio... Como pode Ser assim? Cristo assusta, mesmo assim, porque tendo visto um Cristo, um Buda, um Mahavira, um Rumi, e sabendo que eles existem, mesmo que fujam, só a constatação de que existem, isso perturba, e a Vida jamais é a mesma. Eles retiram todos ao seu redor da sua "Água", como peixinhos sem saber o que está acontecendo, e agora, conviver com isso será perturbador. Mas sempre há Outra Vida (várias encarnações podem ser necessárias) para os preguiçosos espirituais, e Deus não está com pressa (até porque, não existe Tempo...). Aos Buscadores dou um Poema do Horizonte, lembrando que este Sábado "Shakyonte" será recebido em um Portal de Luz (LINK), dando as Portas para o Infinito. Fica o Poema por um Novo Horizonte: No Comércio dos Mendigos da Emoção Ser Imperador é triste por vezes Pela solitária atração que se torna Compaixão...
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Comecemos por um silogismo aristotélico simples da mais Nova Velha Sabedoria:
- Conhecimento é Poder - O Poder corrompe Logo... - O Conhecimento corrompe Mas o que este silogismo se atém ao título desta nota da Sinfonia Divina: "Acerca do Amor Verdadeiro"? "ainda que falasse a língua dos Homens, ainda que falasse a língua dos Anjos, SEM AMOR EU NADA SERIA". De que valem os conhecimentos acumulados? Eles embotam a mente e a destroçam, Cedo ou Tarde (demais...). Conhecer é separar, discriminar, julgar. Quem julga e separa perde. SEMPRE. Cognoscere é co-romper, romper juntamente com algo, e o que isso quer dizer? O conhecedor precisa separar, e isso é perder a Unidade Ilimitada (DEUS). Se olho uma Flor, e digo: "Flor", eu acabei de perder a Verdadeira Flor com toda sua textura, simplicidade, fragrância, enfim, perdi sua Unidade. Quando digo "Flor", destaco-a de Tudo que É Não-Flor, separo-a de Tudo no Uni-Verso e fecho a ideia "Flor", e se perde sua interconexão com o Todo que é o Nirvana, a imersão na diluição do Ser, porque Tudo está interconectado (pesquisar Campo Akáshico, Teoria do Caos, Teoria da Complexidade), perde-se em suma, à Flor que está Sendo em frente a mim, e Sendo somente, e tão somente, porque EU SOU, e ela É por meio do meu aparelho biológico (corpo físico). A Palavra é uma ferida no Campo de Con-Sciência, ela tem de frear o fluxo perpétuo de Tudo para criar uma ideia. Isto é um Trauma, uma pancada na Psiqué, que agora terá de levar uma Vida, ou várias, até se purificar. E tem como Ser diferente? Sim, voltar à Visão virgem desta Flor, e nela apenas amar irrestritamente o que o Uni-Verso levou (isso é controverso) por volta de 14 bilhões de anos para chegar a essa forma, e você para a contemplar com este corpo que lhe é possível. Como pode uma criatura de tamanha arrogância se separar, julgar, destruir o Único Instante da VIDA? Conhecer é querer encaixar o Velho ao Eterno Novo. O Rio É impermanente. "não se entra duas vezes no mesmo Rio", e se aceitarmos o Cor-Ação desta frase em sua lucidez profunda, sequer conseguimos entrar pela Primeira Vez, porque a transmutação do Rio e do conhecedor É a todo Instante. Perpetuamente impermanente. Por isso o SER É UNO, por isso os Místicos Iluminados sabem e não conhecem. Saber é amar, conhecer é se perder. E muitos se perdem pelos conhecimentos mefistofélicos, perdem sua criança para além de Bem e Mal. Por isso "sejam como esta criança no Reino dos Céus". Conhecer é perder Deus, é perder a virgindade de TUDO que agora É. Isto É o Amor verdadeiro, quando o conhecimento todo acumulado se foi, e Tudo pode ser sem julgamento, sem separação, sem Passado... Tudo transmuta neste único Instante perfeito de DEUS. O Rio sobe, desce, lava, consagra, inventa caminho, contorna, molda, escava, investe, permite... Mas no Jamais empaca, Jamais para completamente, mesmo quando parece ao formar um Lago... Se esta nota parece obscura, talvez Herakleitos, ho Skoteinos tenha sido incorporado, mas para aqueles que compreendem a Clareira do Ser, vêem a Verdade sem travar, porque a Verdade é a qualidade do ver, desse ver virgem, sem a trave nos olhos... Travar é querer o Passado, algo trava e diluí a verdadeira Visão. Deus conhecendo Tudo, não quer que o Homem conheça (e aqui está o Pecado Original), porque afinal de contas, Ele conhece Tudo, porque pediria isso dos Homens? Isso é irrelevante para Ele, o que realmente quer, É AMOR. Por isso, acumular uma enciclopédia nos ombros, se não se juntar ao Amor (e assim virar SABEDORIA), será um fardo completamente desnecessário. O conhecer rompe o Elo Primordial, e aí os Homens precisam correr para as Religiões com suas frágeis liturgias na Busca de uma religação, porque perderam Amor, perderam Deus em sua mais Pura Essência. Conhecer é romper o Rio, perder a Flor, querer encaixar no Novo o Velho, o que é impossível nesta transmutação impermanente que flui Tudo que É... Por isso do Amor Verdadeiro digo: - Veni vidi vici - Uma gota de Amor derruba uma muralha de Ódio Uma das frases gracedo de Cor-Ação meu Amor Terreno (Érica)... Termino esta nota com um Poema do Horizonte: As Luzes no Chão também São a Constelação do Último Deserto Adoramos o Cavalo e sua Imponência, como não ser imponente ao cavalgar um Mangalarga Marchador? Até os Deuses devem se sentir invejosos de ver esse Espetáculo que é cavalgar com Girassóis no Caminho e deslumbrante e extasiado com a União Mística entre Cavaleiro e Cavalo. Porém, como pode medrar a Sabedoria na Imponência? A Sabedoria é se recolher quando todos gritam, a Sabedoria passa e não deixa rastros. "E você, maudit Poète d'Horizon, que tanto escreve, e com tanta Imponência por vezes, por que não anda sem deixar rastros?", pode o Leitor questionar... Porque essas Palavras não são sábias, são Palavras... Porém meu Andar e Mãos são como a Vertigem de Uma Flor, ou até a Sabedoria do Burro... Do Burro? Por que na Escola chamamos alguém com certa deficiência na apreensão de algum conceito que querem que se saiba (ou seja, não é algo que a Criança/Jovem realmente quer incorporar, ou não pode naquele momento) de Burro? Qual seja, o chamar alguém pejorativamente de Burro, condiz com a sapiência absurda do Burro? Sabedoria, e todo Verdadeiro Sábio assim o sabe, é passar sem deixar rastros, e como um Animal, extremamente adaptado ao seu meio, que fica a maior parte do tempo "empacado", quieto, sereno, ruminando, silencioso, sem incomodar tanto os demais (embora isso seja Impossível para quem sabe da Teoria do Caos e da Complexidade, afinal, Tudo É Um), e que serve (é um Animal servidor, que sobe Colinas, Montanhas com pesos imensos sem reclamar e aceita muito pouco em troca, por vezes só a Comida...), embora não sirva tanto para se pintar um Napoleão ou um Pedro I, afinal, pega mal para a Imponência... Mas quem realmente se importa com a Imponência suntuosa dos "Templos de Salomão", ou os "Taj Mahal"? Quem se importa com jatinhos e BMWs? Um maudit Poète, ou um Executivo, Autoridade e os Donos do Mundo? A Mula (extremo maior da Sabedoria), cumpre mais ainda à risca a máxima de "não deixar rastros", porque sendo híbrida sequer pode gerar descendência. Ela nasceu para servir. Cumpriu a que veio? Parte sem uma lágrima. Gerou Dinheiro (Religião última dos espertos e inteligentes) para os Exploradores, e nem ligou. Gerou Travessias inteiras de Montanhas, Colinas e Vales, e também, nem ligou... Festas foram possíveis, novas formas de Vida, complexos sistemas de Escravidão, Colheita, Mineração e Extração, e ela nem ligou... A Mula, ou o Burro, é que são Burros? (Leitor, por gentileza, leia "Gimpel, o Bobo") A Mula empaca quando quer, e não liga para esbravejos, xingamentos, palavras ofensivas, esporas, ou seja, não importa o que digam Dela, Ela vai parar no Onde e no Quando quiser! Embora saiba andar para não se machucar desnecessariamente quando o "dono" é mais bruto que o Sábio Animal... Enfim, veio, vive Uma vez, cumpre em completo Silêncio seu Destino, e se retira sem Uma Palavra. Sequer deixou rastros de descendência. Ou seja, seu Nirvana é perfeito! Serve, silencia, rumina, e nem deixa rastros visíveis para os incréus! Sabedoria exemplar! Aliás, permite Napoleões, Dom Pedros I, porque embora na Pintura estejam Cavalos empinados e esvoaçantes com suas crinas e patas imponentes, quem realmente subia os morros e colinas nas guerras, eram as "Burras" Mulas, que agüentam o tranco, agüentam a Montanha, mais que qualquer Cavalo de Raça e seus "Puros Sangues". A Mula permite a Opulência assim como a Pobreza extrema, e nada disso A abala! Permite ser Escrava sem reclamar, porque sabe no seu mais fundo profundo que sua Liberdade NÃO depende do que Dela dizem, e sim, da sua ruminação paciente, da sua atitude "empacadora". Mas a Estupidez continua, embora, tenha lá sua Arte também o Cavalo. Mas como diz um também Sábio e Antigo ditado: "Prefiro Asno que me carregue, que Cavalo que me derrube". Vou seguir empacando quando der...
Para finalizar esta Postagem, Dois Poemas do Horizonte: Mistérios maiores Tenho em Mim todos os Mistérios e mais alguns Que destronam Imperadores e levantam Castelos Ontem o Sol Negro foi bem maior que o Eclipse Na Vertigem perfeita de quem nasce Não há esconderijo para quem vê Nem isolamento para quem toca Pois o Último vestígio é o Primeiro de quem percebe Nesse Campo de Lembranças que quase esquecemos E damos por Nome de Vida Invenção de um Jardim no Espelho do Invisível Quando Tudo recai dizem sobre soldados Que a Tropa é a Vergonha de quem luta Mas na Verdade nem há Tropa ou Vergonha Mas para isso somem Caminhos E se lançam novas Pedras pela Estrada empoeirada De uma colina que no Nunca sobe... E quem isso viu, assustado Realizou que nem o quem realmente existiu... Raiz última sem Nascimento O Imperador nasce no tiro escuro De uma proteção totalmente especular Onde nascem também Sóis desprovidos Na sacra simplicidade de um lugar Tudo é menos que Nada Mas ainda há chance e muita Verdade No Rosto de Deus Sou Seu riso e Jardim Último resquício dos passos Onde se aloja um quarto e a inteireza do Sábio Que sabe passar sem os Pés... Porque seu Império É bem Além do Além Raiz de Tudo que chamam de Luz... A Mãe é a permissão dos Anjos para que nasçamos. Nela, ventre último deste Planeta (A Terra, feminino que nos abarca), somos gerados e permite nosso mais acabado e perfeito Destino. E para este dia que se celebra à Ela (embora ache estranho celebrar um único Dia para quem permite a Vida deste Planeta), darei mais um Poema feito em Outro Horizonte:
Mãe É o embalo da Tarde que permite a Vida É carregar no seio da Vida a própria Vida Fazendo dos meses seu próprio Divino Enigma Seu sussurro é o conto de todas as Fadas e Deuses Porque no Último Instante, primeiro de quem nasce Faz de Tudo maior a Celebração Sua gestação é o Sopro no Espelho de Deus E quando nisto se sabe e percebe, damos um nome Casca vazia para quem balbucia seu nome O mais indecifrável nas mãos de um bebê Que a única tradutora é aquela que nos carrega Sabendo fundo e ao fundo nossos mais imperfeitos hieróglifos Dos quais fazemos nosso Destino Nessa Terra que É Grande Escola Na qual a prova final é o Amor que chamamos de Mãe... Aforisma da Tia Zulmira:
"Deus escreve certo por linhas tortas... o problema é que está cheio de analfabeto" Nessa linha (mais ou menos torta, e sabendo que não adianta escrever, mas teimosia é a Grande Arte do Horizonte), escrevi um Poema matutino que ressoa esse aforisma, e assim o vai abaixo: Deus escriba Fui à Biblioteca de Deus e encontrei seu último Silêncio Ele realmente escreve certo por linhas mortas Porque delas surgem o analfabetismo letal Os indícios e índices já contam toda a Grande História Mas ninguém sussurra as letras e seus espaços inventados no Deserto Por isso quem leu vê e sabe como o pau comeu E o descanso dessa leitura é um divã de mármore de um Rei completo Alguns leitores enlouquecem firmemente, e outros criam suas jaulas febris Enquanto outros como o sopro do Jardim criam um Silêncio de marfim E fazem Dele Um Mar no Jamais navegado... Ontem saí do Horizonte
como um menino Quase despreparado do Destino Tive viagens que não reconheciam cores Como a lembrança de um Filme sem Luz Ou o Rosto impossível de Outra Manhã Vertigem de uma lágrima num óculos perdido Parte última do Quem partiu Rombo perfeito daquilo que nasce e não esconde Verdade do Onde que resume o Eterno Num Olhar inventado de Visão e Despedida Ou a Visão última do que parte Sendo a partida sem pontos ou nós Porque de nós restam fagulhas fingidas Que de relance damos por Nome: Vida... |
Poeta do HorizonteAlguém que dos retalhos da Vida, retira olhares e sinceridades inauditas... Histórico
May 2023
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