Sabe o que me parece estranho? Se é sabido e conhecido, principalmente pelas elites (será que são realmente elites? elites verdadeiras conduzem e abrem caminhos) técnicas de meditação, relaxamento, visualização, enfim, essas várias técnicas para serenar a mente, trazer paz, maior empatia pelos demais, maior força e energia de vida, maior facilidade para comunicação e compreensão de necessidades, eliminação de sofrimentos e ansiedades, enfim, tudo isso e mais um pouco, por que não é ensinado isso para nossas crianças nas escolas? Não há aula de educação física? Por que não tem aula de educação mental? Talvez isso já revele muito de nós, que cuidamos incessantemente do corpo, de emagrecer, de termos saúde física, mas não cuidamos do centro da nossa Vida que é a nossa mente? Quando um trauma sobrevier, uma emoção muito forte e incontrolável, ela não perguntará se você puxou 100 kg no supino, ou se nadou duzentos metros a mais que na semana passada. E justamente o que alivia as pessoas na atividade física é serenar a mente! Todas relatam que quando se exercitam a cabeça pára de pensar nos problemas, os tormentos diminuem, há um alívio geral. Pergunte para quem joga futebol, vôlei ou qualquer outro esporte se enquanto estão imersos em suas práticas esportivas se há algum problema ocorrendo, se eles estão pensando na conta que não foi paga, no namorado(a) que brigou, no vizinho que gritou de manhã, no motorista do ônibus que foi grosseiro com uma idosa... Não... A mente descansa de sua tormenta e se entrega em foco ao esporte. A lógica é "mente sã, logo corpo são", e não "corpo são, logo mente sã". No fundo é o cuidado da mente que traz bem-estar nas práticas esportivas. Isso é meditação. Serenar a mente. Criar um foco de silêncio calmo e tranqüilo na mente. Então vamos continuar sendo esses ocidentais atormentados, tendo de nos recorrer de psicólogos e psiquiatras até quando? Por que essa discussão e idéia ainda não foi lançada de tão óbvia e simples que é? Meia hora de meditação por dia já diminuiu em vários estudos (http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisa-comprova-meditar-alivia-ansiedade-depressao-e-dor-cronica/ e http://envolverde.com.br/saude/saude-mental-saude/meditar-pode-proteger-o-cerebro-de-transtornos-psiquiatricos/ e http://veja.abril.com.br/noticia/saude/meditacao-ganha-enfim-aval-cientifico) transtornos mentais considerados gravíssimos e "irrecuperáveis". Por que cultivamos crianças nervosas, ansiosas, cheias de apetrechos tecnológicos sem consciência corporal, emocional e mental? Aqui se abre outra discussão de medicina, que o Ocidente aos poucos começa a enxergar e poucas pessoas conscienciosas estão abrindo caminho, que é a interpretação de "doença". Explico. Você está com dor de cabeça, um médico ocidental ouvirá sua queixa e lhe prescreverá uma aspirina, correto? O médico oriental (e estou sendo simplista aqui, há diversas escolas e vertentes dentro das escolas orientais, Ayurveda, Medicina Tradicional Chinesa, e outras) irá começar de outra forma, vai olhar o paciente e perguntar: "Quem é você? Conte sua história até chegar à minha frente. Sem saber quem é você nada posso lhe ajudar...". Ou seja, a dor de cabeça para o oriental é uma disfunção completa do corpo e da pessoa, não apenas "da cabeça", como nós que dividimos o corpo inteiro e nos dedicamos aos sintomas sem resolver a raiz de qualquer problema. Então damos aspirina, a dor alivia por hoje, mas o que causou a dor continuará e dia ou outro voltará. Fazemos como alguém que vê uma rachadura em uma parede ou muro, e ao invés de arrumar a estrutura, de reformar a parede inteira ou o muro inteiro, nós apenas passamos massa corrida sobre a rachadura. Hora ou outra a parede ou muro terá problemas mais graves, e todos sabemos disso, porque a rachadura é indício de má construção, ou terreno que cedeu, ou material ruim, enfim. Não sou estúpido de negar a medicina ocidental, mas a interpretação e abordagem precisa mudar, porque não estamos recuperando a pessoa, mas sempre em busca de aliviar e diminuir o sintoma e o que não é o verdadeiro problema. Àqueles que se preocupam com o bem-estar daqueles que amam deveriam pensar um pouco mais nisso... Voltando à mente, cultivar uma criança serena a fazer uma prática de trinta minutos por dia para torná-las melhores para elas e para os outros, é melhor que remediar adultos insones, transtornados, se refugiando nas atividades mais sem sentido para preencher nem sabem muito o que e quando se sentem vazios não podem e nem tem como compreender o que estão sentindo para assim recorrerem a psicólogos. Posso estar criando polêmica, mas pensem aqueles que quiserem a respeito. É preciso ensinar as crianças serenarem suas mentes, ainda que o pensamento estrutural seja "para uma economia capitalista melhor", porque serão mais produtivas, mais inventivas, mais criativas, menos doentes física e emocionalmente... Enfim. As crianças tendo aprendido e fazendo todos os dias uma prática meditativa, farão como se estivessem "escovando os dentes", algo necessário que não se recorre a muitas justificativas do "porquê" daquele ato simples e banal do dia-a-dia. Isso precisa ser curricular, queria ter descoberto essas técnicas muito antes de ter passado por diversas situações que passei. E certamente em duas gerações teremos uma sociedade diferente, e creio que para melhor. E estou falando "laicamente" aqui, nada de misticismo, religião, Deus, deuses ou qualquer coisa. Meditação como despertar para uma mente serena. Que as crianças aprendam isso desde cedo. Sinto que vou advogar por isso daqui por diante. Que fique dito...
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Poeta do HorizonteAlguém que dos retalhos da Vida, retira olhares e sinceridades inauditas... Histórico
May 2023
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